Portfólio Infantil: para que serve e como criar um?

Você conhece o portfólio infantil? Entenda tudo sobre essa forma de registro do desenvolvimento educacional das crianças.

criança desenhando em um ateliê

A palavra “portfólio” já remete imediatamente à vida profissional, não é? Mas quando falamos de portfólio infantil, esse termo ganha uma nova dimensão. Trata-se de um documento que registra as principais etapas do desenvolvimento das crianças no âmbito educacional.

Ou seja, é um instrumento utilizado por educadores e familiares para acompanhar as especificidades de cada aluno.

Além de ajudar os adultos a terem mais visibilidade do processo educacional, o portfólio também é usado como um método de avaliação. Afinal, a partir dele é possível saber se a criança atingiu as expectativas daquele semestre ou ano letivo, por exemplo.

Ainda está com dúvidas? Não se preocupe, vamos dar todos os detalhes sobre este tema a seguir. Boa leitura!

Os benefícios do portfólio infantil

capa do livro portfólio na educação infantil

Os portfólios como instrumentos para educadores já vem sendo pesquisados, analisados e aplicados há anos. No livro Portfólio na educação infantil: diversidade de práticas, de Maria Aparecida Costalonga Fabris e Edmar Reis Thiengo, temos uma explicação por trás desse uso cada vez mais frequente:

“No dilema de ressignificar a prática pedagógica avaliativa dentro das escolas, Hoffman (2011) apresenta os portfólios como instrumentos mediadores de aprendizagem e que podem apontar novos rumos no processo de ensinar e aprender (…) os registros são importantes porque permitem o acompanhamento do aluno pelo professor de um ano para o outro e refletem também como atuam no trabalho interdisciplinar”.

Portfólio na educação infantil: diversidade de práticas

Para exemplificar essa análise do meio acadêmico, vamos ver alguns benefícios na prática!

Personalização

O principal ponto do portfólio infantil é fugir das generalizações. Como cada criança tem seu próprio documento, os professores responsáveis conseguem entender exatamente quais são os pontos fortes e fracos de cada um.

Afinal, a educação não é precisa. Cada estudante possui diversas variáveis que podem afetar seu desempenho em determinados períodos ou disciplinas. Em alguns casos, como a alfabetização, a comparação do avanço entre todos da classe ajuda o educador a adaptar seus processos.

Participação familiar

Existem diferentes modelos de portfólio e cada instituição de ensino pode optar por um, mas muitos deles incluem a participação da família na observação do desenvolvimento. Algumas escolas enviam o arquivo para os pais de tempos em tempos, outros permitem que certas atividades sejam feitas em casa.

O melhor nisso tudo é que a família consegue acompanhar o desenvolvimento dos filhos mais de perto e com menos dúvidas em relação ao projeto educacional dos professores. Não é nenhuma surpresa que, frequentemente, a apresentação do portfólio seja parte fundamental das reuniões de pais e mestres.

Participação da criança

Se o portfólio é sobre o aluno, por que não deixar que ele participe de sua criação?

Há muito o que entender sobre os pequenos quando permitimos que eles se expressem. É por isso que muitas escolas pedem para que os estudantes participem ativamente, escrevendo, desenhando ou registrando outro tipo de trabalho por conta própria (com auxílio e supervisão, é claro).

Como criar um bom portfólio infantil?

criança desenhando em um ateliê

Não há uma só fórmula para criação de portfólios infantis, mas alguns modelos norteiam muitos educadores. O modo como ele será construído depende muito dos objetivos definidos no início do período.

Fisicamente falando, é comum que os documentos sejam organizados em uma pasta com plásticos transparentes, para que seja fácil a organização das atividades e separação por tema ou época.

Em pleno 2021, porém, é possível imaginar que alternativas digitais ganhem espaço. Mesmo quando a opção física existe, o ideal é ter backups digitais de qualquer forma.

Quanto ao conteúdo, o primeiro passo é definir qual tipo de portfólio será montado. Pergunte-se:

  • Ele reunirá informações do ano inteiro, ou só do bimestre ou trimestre?
  • Ele será enviado aos pais com alguma frequência ou só apresentado em datas específicas?
  • As anotações dos professores estarão anexas ou separadas?

Com tudo isso em mente, você pode começar a pensar nos passos de construção do portfólio infantil em si.

Capa e identificação

A identificação do aluno é a primeira etapa. Nome e foto já costumam ser suficientes, mas também é possível deixar que as próprias crianças personalizem a capa e a deixem já do jeitinho delas.

Só não esqueça de ter cuidado com dados sensíveis, como endereço ou telefone da família; se forem informações necessárias, mantenha as pastas sempre em local seguro.

Primeiras impressões

A chegada do aluno na escola pode trazer muito material interessante para começar a documentação.

Procure anotar como foi a adaptação, relação com colegas e ambiente, separação dos pais e outros detalhes. Caso seja uma transferência, inclua os dados relevantes que vierem com o histórico.

Comportamentos

Crianças são muito expressivas e costumam dizer mais através de gestos do que, necessariamente, de falas.

Vale a pena ter uma seção separada para identificar os comportamentos mais comuns, inclusive para o caso de alguma mudança significativa ocorrer durante o ano.

A educação não é estática

Todos os benefícios do portfólio infantil tem a ver com a flexibilidade do professor na hora de usar os conhecimentos adquiridos.

Conforme a evolução da criança é registrada, o educador deve ter capacidade de adaptar alguns processos e fortalecer outros — mesmo que isso signifique usar processos diferentes com alunos da mesma turma.

Gostou do tema e quer ler mais? Veja outras dicas sobre portfólio escolar aqui!

Veja mais